Empreendedores da esperança

Gostaria de escrever sobre algo alegre, algo que aqueça a alma nesses dias frios que se seguem. Esquecer a situação caótica em que se encontram milhares de pessoas neste país, engrossando a fila do desemprego, ou fingindo não perceber a alta do pão, por uma longínqua guerra que nos compromete. Até mesmo abstrair de uma política econômica que continua favorecendo a minoria e reduzindo a pó os sonhos de muitos de nós. Estamos em milhares de cacos.

Para onde fugir? Apontar todas as mazelas é chover no molhado. Estamos cada dia mais espremidos por um sistema econômico que leva a maioria de nós a lutar pela sobrevivência e não por vivências e experiências que possam nos levar a evolução. O dia a dia em seu ir e vir do trabalho se os têm; contar as moedas e decidir entre comer ou pagar as contas... É ... queria escrever sobre algo alegre.

Então passemos a falar da força que move toda essa gente brasileira que apesar de tudo, sorri, cria anedotas de suas mazelas e se tornam empreendedores da própria esperança. Juntam-se os cacos, criam-se formas que se alargam em sorrisos e resgatam os sonhos. Mestres da arte de cultivar a esperança equilibrista, como bem compôs, João Bosco e Aldir Blanc, no clássico da Música Popular Brasileira, "O Bêbado e a Equilibrista", música marcante na interpretação de Elis Regina.

O show tem que continuar. O espetáculo da vida persiste. É necessário "esperançar", diante da democracia enfraquecida, certos de que o sistema capitalista nos enlouquece e como humanos necessitamos e queremos mais. Uma nova ordem humana de organização social há de surgir. Uma missão aos novos pensadores das questões existenciais.

"(...) Então passemos a falar da força que move toda essa gente brasileira que apesar de tudo, sorri (...)"